terça-feira, 14 de setembro de 2010

Atônita


Ódio, raiva, ciume, dor, tristeza, felicidade, amor, contentação, apatia...
É possível? Jura? Tudo isso? Nada disso? Como?

Com tantas coisas ao mesmo tempo acontecendo, com tudo o que sente, de que forma parece que não há nada? Um vazio. É como se tudo estivesse lá e ao mesmo tempo não estivesse. Como se em buraco na alma se encontrassem todas as emoções e sentimentos perdidos. Todos eles deixando uma alma vazia, um corpo inerte, sem vontade.

Você sabe o quanto eu chorei? O quanto eu ri? Ri e chorei, chorei e ri, chorri, rirei.

No fim, nada se conclui, confusão, bagunça... Muito complicado. Pra que se preocupar?

E empurrando, pelegando, enrolando, você deixa de sentir, finge que não vê... E certo dia tudo aparece de uma vez. Te transtorna, modifica. Quem percebe? Ninguém, poucos. Por fim, era isso que você queria, não? Ser invisível, passar despercebida.

Sorri, acendendo um brilho nos olhos. Tudo na mais perfeita ordem.

Por quanto tempo você aguenta?
Muito..

E você sabe que amanhã, seu muro estará de volta, você continuará feliz e contente. Ninguém desconfia, ninguém sabe.

Qual o seu passado? O que você sabe? O que você viveu? Quais seus traumas? Qual seu medo?

Você é real? Ou isso é uma imagem? Na verdade, você é frágil, ridícula, tola...
Quem gosta da tola?

Não vive, pois está presa na atuação..
Se tornou a personagem da sua mente, uma daquelas que também não fazem sentido.
Cada dia escolhe qual identidade assumir, e entre tantas, como você não se perde? Como se define?

Quem te conhece, que te compre! Porque eu... eu não te conheço, não te quero. Não te quero hoje, não te quero nunca, não te quero jamais!